LITERATURA, MÚSICA, CINEMA, ATUALIDADES E OUTRAS DELÍCIAS...

26 de março de 2014

Metade...


Metade de Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
A outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
A outra metade é saudade
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
A outra metade é o que calo
Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
A outra metade um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
A outra metade é cansaço
Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois metade de mim é plateia
A outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também

25 de março de 2014

Livro: A vez da minha Vida de Cecelia Ahern

A vez da minha Vida
De Cecelia Ahern


Sinopse:
Certo dia, quando Lucy Silchester volta do trabalho, há um envelope de ouro no tapete. E um convite dentro dele para se encontrar com a Vida. Sua vida. Pode soar peculiar, mas Lucy leu sobre isso em uma revista. De qualquer forma, ela não pode ir ao encontro: está muito ocupada desprezando seu emprego, fugindo de seus amigos e evitando sua família. Mas a vida de Lucy não é o que parece. Algumas das escolhas que fez — e histórias que contou — também não são o que parecem. Desde o momento em que ela conhece o homem que se apresenta como sua vida, suas meias-verdades são reveladas totalmente — a não ser que ela aprenda a dizer a verdade sobre o que realmente importa. Lucy Silchester tem um compromisso com sua vida — e ela terá de cumpri-lo.

Há algum tempo li esse livro e o achei fabuloso. Escrito de uma maneira simples e tocante, nos faz pensar sobre a nossa própria vida e sobre as nossas escolhas. A Vida é apresentada à personagem como uma pessoa, como um amigo sincero que a faz encarar os problemas e as mentiras que costumava contar a ela mesma e aos outros.
E não há como não se identificar com a personagem e dá até um frio na barriga ao pensar: "Se eu encontrasse a minha vida o que ela diria pra mim?"
A Vida nos coloca muitas vezes em saia justa se nos recusamos a olhá-la de frente e a vivê-la como merecemos e se não o fizermos ela estará pronta a nos aplicar as lições e se não a ouvirmos pelo amor...ah...aí ela pode fazer o nosso coração doer muito até compreendermos o seu significado e objetivo.
Boa Leitura e ótimas reflexões!

24 de março de 2014

Silêncio...



Há algum tempo reflito sobre essa mensagem e ela me toca profundamente no significado que a contém e neste momento da minha vida em que eu escrevo este post, nada é mais revelador do que ela, pois sinto que ela também me revela e mostra-me como eu sou, ou seja, em toda a minha essência, em minha confusão, e em todo meu amor e onde encerro todas as minhas dores.
E no silêncio descubro quem sou e o que sinto, ou na maior parte das vezes apenas fico ali no vazio vendo as imagens que o meu coração me mostra. Ali vejo a complexidade do meu interior, vejo-me tal qual sou e apenas a verdade doa a quem doer, no caso, apenas eu.
Hoje sinto-me mais preparada para a busca do elo escondido de mim mesma, mas jamais perdido.
Por meio de alguns estudos que venho fazendo percebo que no passado, quando nos encontrávamos no silêncio de nós mesmos apenas nós nos víamos mas, hoje existem caminhos que permitem que o observador mais atento e interessado também nos veja, ou seja, que escaneie nossa alma e veja a mais pura verdade em nós, talvez até àquelas verdades que não vemos ou, insistimos em não ver, porque instigam a mudança e temos medo de mudar,pois muitas vezes isso dói, escolher dói, a dúvida dói...
Vivemos hoje em uma era em que tudo é sentido pela energia que emanamos e nem sempre precisamos da comunicação verbal para nos fazermos entender, apenas fluímos como um rio e aprendemos a contornar os obstáculos e a seguirmos em frente recebendo e dando amor continuamente, até que este ciclo se feche e outro se reinicie e, até o fim ou o início dos Tempos.