LITERATURA, MÚSICA, CINEMA, ATUALIDADES E OUTRAS DELÍCIAS...

19 de março de 2012

Ahh... O Tempo...



Hoje, apesar de já estarmos em março, este é o meu segundo post de 2012. Muita coisa aconteceu desde o inicio deste ano e, nada é mais certo pra mim do que escrever agora sobre o Tempo, senhor da vida e do nosso destino.
Há alguns dias eu assisti ao último capítulo da novela A Vida da Gente e o clipe acima é da música de Caetano Veloso na voz de Maria Gadú "Oração ao Tempo" e que resume bem o tema central da trama e nos faz olhar para a nossa própria vida, porque jamais seremos os mesmos, o tempo passa e deixa marcas em nossas vidas, nos deixam melhores ou piores, dependendo do olhar e de onde estamos para focar a nossa lente para tirarmos a melhor foto de nós mesmos e daqueles com os quais nos relacionamos. E gostei muito de uma cena em que a filha ofereceu ao pai, que era um fotógrafo profissional, uma foto que ela tirou dele e, por estar desfocada e fora de ângulo, ela não queria presenteá-lo com ela e só o fez quando se deu conta da imperfeição das pessoas e sobretudo dos seus pais e ele (o pai) disse que era o melhor presente que ele poderia receber dela porque, era o olhar dela sobre ele. Achei isso maravilhoso porque ela só se  sentiu segura para oferecer a foto quando parou de enxergar o pai com uma visão idealista e romântica e apenas o viu como ele era, apenas um homem imperfeito.
Cada um lida à sua maneira com as suas dores e não dá para esperar do outro o que ele não pode fazer por si mesmo e por nós e estamos em constante mudança e a visão que temos sobre algo ou, uma opinião que defendemos com unhas e dentes pode não fazer mais sentido amanhã.
E  ouvi também discursos maravilhosos sobre a fluidez e a passagem do tempo do filósofo Heráclito de Éfeso e também citações de Guimarães Rosa, resumindo que jamais seremos os mesmos e a todo instante mudamos, como mudam os outros, o tempo, as estações, enfim, a vida...
Então, até o próximo post em que eu já serei outra e você que me lê também será outro ou outra e estaremos um pouco mais nutridos, mais crescidos e melhores do que hoje e assim a vida segue seu curso e seu percurso e o tempo AH...O TEMPO...passará por nós sem envelhecer jamais!  

18 de março de 2012

Musical: Priscilla, Rainha do Deserto


Sinopse
Três drag queens vão de Sydney até uma cidade turística no remoto deserto australiano para realizar seu espetáculo. Durante o caminho, Mitzi (Luciano Andrey), Felicia (André Torquato) e Bernadette (Ruben Gabira) estreitam laços de amizade e vivem grandes aventuras dentro do velho ônibus de excursão, carinhosamente apelidado de Priscilla.
Baseado no premiado filme “Priscilla, Rainha do Deserto” (1994), o musical já foi visto por mais de 2,5 milhões de pessoas desde a estreia em Sydney, em 2006. Já esteve em cartaz em Melbourne (Austrália), Auckland (Nova Zelândia), Toronto (Canadá), Londres (Reino Unido), Milão (Itália) e atualmente está no Palace Theatre, na Broadway (Nova York – EUA), onde foi visto por quase 300 mil pessoas 

Estreou ontem em São Paulo no Teatro Bradesco o Musical Priscilla, Rainha do Deserto e eu não podia perder essa pois, sou fã de musicais e do filme e saí do Teatro pisando nas nuvens, sonhando e com vontade de dançar muito ao som dos flashbacks inesquecíveis de It's Raining Men, I Will Survive, Go West e outros hits inesquecíveis.
Eu, se fosse você, não perderia essa super produção de qualidade, puro glamour cheio de purpurina e luxo. Os atores e atrizes estão fantásticos e quem não gostaria de, por uma noite transformar-se em uma Diva e descer do céu e cantar no alto do ônibus mais famoso do cinema? Eu posso dizer por mim porque, depois de ontem, voltar à realidade é um grande desafio.
Lembrei-me com isso da cena em que Bernadete vê o ônibus e diz que não viajará nele e Felícia responde que é um avião e que só aparou as asas e ela tem toda razão pois, as asas desse avião ficou dentro de nós durante todo o espetáculo pois, enquanto elas, as Divas, viajavam pela estrada do deserto da Austrália, nós, pobres mortais, viajávamos pelo céu de puro encantamento.
A realidade dura das Drag Queens que, mesmo depois de quase 20 anos em que essa história foi escrita e levada ao cinema, se mantém absolutamente atual, apresentando o preconceito e a homofobia dando um tapa na cara sutil e repleto de classe em todos àqueles que insistem em não ver que no terceiro milênio somos apenas gente, seres humanos com o coração batendo descompassado em busca dos nossos sonhos e tentando ser feliz.
Eu tenho muita coisa a dizer porque meu coração transborda de pura alegria com o que vi e vivi ontem mas, só posso finalizar dizendo ao elenco, direção e produção de Priscilla que somente farei uma pequena oração pra vocês "I Say a Little Prayer", e desejo vida longa à Priscilla e muito sucesso e obrigada...muito obrigada mesmo por trabalharem duro para nos fazer sonhar...