LITERATURA, MÚSICA, CINEMA, ATUALIDADES E OUTRAS DELÍCIAS...

22 de fevereiro de 2013

"DEMOCRACIA"... Alguém a encontrou por aí?

Desculpe, mas a decisão de ficar em silêncio diante das notícias que li e ouvi nos últimos dias me fizeram acordar hoje com um gosto insuportável de ferrugem na boca e uma sensação ácida em meu estômago, então resolvi falar de um assunto, no mínimo, intrigante:
Caso Yoani Sanchez: Já diria a minha saudosa e falecida avó: "Pimenta nos olhos dos outros é refresco". Explico: É muito fácil apoiar o regime comunista de Cuba e criticar a blogueira que veio ao nosso país para denunciar e pedir ajuda, quando vivemos em um país em que tudo é permitido e permissivo em nome da "Democracia", desde simples falta de educação e respeito até violência verbal e quase física a uma civil estrangeira.
Eu amo o Brasil mas, sinto vergonha desse tipo de atitude e para quê? Ainda não entendi os manifestantes pois, quando deram a chance de eles se manifestarem e explicarem a que vieram os mesmos só souberam repetir palavras de ordem como se estivessem decorando e repetindo o que foi previamente combinado.
Meu Deus, já passamos pela ditadura e o regime militar na década de 60, em que artistas, intelectuais e professores foram torturados, exilados e muitos mortos, será que não aprendemos nada?
O Brasil trata a blogueira e jornalista como criminosa, sendo que a sua única arma é o argumento e o debate!
A blogueira demorou meses para conseguir sair de Cuba prá falar livremente e o Brasil faz essa palhaçada?
Mas esse é o país do carnaval promíscuo e milionário, do turismo sexual, da corrupção descarada e o país do futebol.
Vamos lutar para que a democracia seja exercida de maneira consciente e inteligente. Vamos lutar contra a corrupção que acaba com o nosso futuro. Vamos lutar por uma educação de qualidade.
Só assim poderemos ter fé em que chegará o dia que a corrupção que começou em nosso país com D. João VI seja apenas uma lembrança triste em nossa história.
Enquanto isso meu povo vamos ser coerentes, será que é pedir muito?
E por que não procuramos a nossa Democracia perdida em alguma esquina suja e escura da nossa Hipocrisia?

12 de fevereiro de 2013

Filme: Os Miseráveis



Eu estou absolutamente emocionada e feliz por ter presenciado esta noite à um verdadeiro espetáculo no cinema ao assistir o filme: Os Miseráveis. Essa obra de Victor Hugo escrita há 150 anos é real ainda hoje e somente mudam os cenários e o tempo em que se passa mas, a miséria humana retratada assim, como o amor e a amizade são sentimentos que vivemos ainda hoje e viveremos enquanto a humanidade existir e por isso mesmo nos emocionamos e refletimos sobre os nossos sonhos e ideais, nossos sentimentos e pensamentos mais profundos e significativos.
Um homem, Jean Valjean, que têm sua vida roubada por 20 anos em uma prisão condenado pelo furto de um pedaço de pão para alimentar a sua família e que o alimento que recebe da lei é o cultivo do ódio. Um homem simples que ao sair em liberdade condicional encontra em um padre a redenção de seus pecados e reencontra o seu futuro sob um novo nome e na esperança da reconstrução de uma nova história e torna-se um homem rico mas um foragido da justiça.
Mas um homem não pode se livrar de seu passado e de sua história e a lei sempre reaparece cobrando a conta na forma do policial Javert relembrando a todo momento o passado de Valjean.
Mas, para proteger a doce e jovem Cosette, sua filha adotiva, de um passado maculado e repleto de dívidas com a justiça, Jean exercita o bem e é recompensado pelo amor e gratidão de todos àqueles que são beneficiados por ele.
E exatamente esse sentimento, a gratidão, é o que mais me tocou neste filme, pois forma-se uma corrente do bem em torno de um homem que encontrou a degradação mas, soube aproveitar e seguir o caminho da luz e do bem quando a oportunidade lhe foi apresentada.
Vários anos se passam e o motim popular de 1832 em Paris é retratado, em que jovens e populares revoltam-se contra o governo e a miséria. Uma guerra em que não há vencedores e sim, seres humanos em conflito com a sua própria verdade e com a sua alma. Jovens que encontram a morte lutando e defendendo uma sociedade em que só existem vítimas do sistema político. E que um jovem é resgatado pelo amor que sente pela jovem Cosette e por um pai que não mede esforços para ver a sua filha amparada e feliz.
Enfim, falaria aqui a noite toda sobre o que vi hoje e a cada momento em que penso nessa história ainda mais reflexões tomam conta da minha mente e mais sentimentos transbordam de meu coração mas, peço licença ao grande mestre Victor Hugo para fechar esse post com o prefácio do livro Os Miseráveis e me despeço de você indicando e recomendando que aproveitem e apreciem essa bela obra nos cinemas:

"Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis." Victor Hugo, 1862